A Hepatite B é uma infecção viral que afeta o fígado, podendo causar cirrose e câncer. Cerca de 10% dos adultos e 90% das crianças infectadas no nascimento desenvolvem a forma crônica. Transmitida por fluidos corporais, como sangue e secreções, a prevenção é feita com vacinação e o tratamento precoce evita complicações graves.
Quantas pessoas vivem com Hepatite B no Brasil?
No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 1 milhão de pessoas vivem com Hepatite B, embora muitas dessas pessoas ainda não saibam que estão infectadas.
A maioria dos casos de Hepatite B crônica não apresenta sintomas nos estágios iniciais, o que dificulta a detecção precoce. No entanto, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar a progressão para complicações mais graves, como cirrose e câncer de fígado, que podem ser fatais.
Qual é o médico que trata Hepatite B?
A Especialidade responsável pelo cuidado com a Hepatite B é a Infectologia.
A Dra. Gabriella Durso Patricio, infectologista, é uma especialista que oferece acompanhamento e tratamento completo para Hepatite B.
Com uma consulta empática ela foca na prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, orientando cada paciente para minimizar os riscos de complicações.
O acompanhamento regular é essencial para garantir que os portadores crônicos do vírus tenham qualidade de vida e previnam danos ao fígado.
O que os pacientes estão falando da dra Gabriella?
A importância da Hepatite B na saúde pública – História
A Hepatite B é uma doença reconhecida há décadas, mas sua relevância global se intensificou na segunda metade do século XX, quando se tornou claro que o vírus era uma das principais causas de doenças hepáticas graves.
Descoberta na década de 1960, a Hepatite B é causada por um vírus de DNA, o HBV, que afeta diretamente as células do fígado.
O impacto global da Hepatite B levou ao desenvolvimento de uma vacina eficaz na década de 1980. A vacinação tem sido um dos fatores mais importantes para a prevenção da Hepatite B, especialmente em países de baixa e média renda, onde a prevalência da infecção é maior.
Qual a diferença entre Hepatite B aguda e crônica?
A Hepatite B pode se apresentar de duas maneiras: aguda e crônica.
Hepatite B aguda
A forma aguda ocorre pouco depois da entrada do vírus no organismo e pode durar até seis meses.
Nesse período, o corpo pode combater o vírus e eliminá-lo completamente, especialmente em adultos com sistema imunológico saudável.
Aproximadamente 90% dos adultos infectados pelo vírus conseguem eliminar o vírus naturalmente.
Na fase aguda da Hepatite B, muitos pacientes podem não apresentar sintomas ou, quando presentes, os sintomas podem ser muito leves e facilmente confundidos com uma gripe.
Entre os sinais mais comuns estão cansaço, fadiga, febre baixa, náuseas, enjoo, dor abdominal, perda de apetite e icterícia (amarelamento da pele e olhos).
Em casos bem raros, a Hepatite B aguda pode evoluir para uma forma grave, chamada de Hepatite Fulminante, que requer tratamento imediato.
Hepatite B crônica
Hepatite B crônica ocorre quando o vírus permanece no corpo por mais de seis meses. São as pessoas que o organismo não conseguiu combater e eliminar o vírus.
Pessoas que desenvolvem a forma crônica são chamadas de portadoras e podem apresentar inflamação contínua no fígado, o que pode levar a complicações graves ao longo dos anos. Pode ser silenciosa durante anos, sem que a pessoa perceba qualquer sintoma.
Com o passar dos anos, sem tratamento, essa inflamação crônica no fígado pode resultar em fibrose (cicatrização do fígado), que pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado se não for tratada adequadamente.
A Hepatite B crônica é uma das principais causas de câncer de fígado no mundo, o que reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento contínuo.
Como acontece a transmissão da Hepatite B?
O vírus da Hepatite B é altamente contagioso, sendo cerca de 50 a 100 vezes mais transmissível que o HIV. A transmissão pode ocorrer de diversas formas, entre elas:
- Relações sexuais desprotegidas: A Hepatite B pode ser transmitida durante a relação sexual sem o uso de preservativo em qualquer tipo de relação sexual. O vírus está presente no sêmen e nos fluidos vaginais.
- De mãe para filho (Transmissão vertical): Uma das principais formas de transmissão da Hepatite B no mundo é da mãe para o filho durante o parto. Por isso, é fundamental que mulheres grávidas façam o teste de Hepatite B durante o pré-natal e tomem vacina.
- Compartilhamento de seringas: O uso de drogas injetáveis é uma via comum de transmissão do vírus, devido ao compartilhamento de seringas e outros materiais contaminados. Lembrando aqui de drogas ilícitas e drogas lícitas com aplicação intramuscular (como hormônios)
- Contato com materiais perfurocortantes: Pessoas que trabalham com materiais médicos, odontológicos ou de estética devem ter cuidado ao manipular instrumentos que possam estar contaminados com sangue de uma pessoa infectada.
- Instrumental de trabalho: Instrumentos usados para realização de tatuagem, colocação de piercing, manicure, pedicure e barbearias devem ser descartáveis quando possível ou esterilizados da maneira correta quando não forem instrumentais de material não descartável.
Como NÃO acontece a transmissão da Hepatite B?
É muito importante desmistificar alguns erros comuns sobre a transmissão da Hepatite B. Aqui está uma lista de coisas que não transmitem Hepatite B:
- Aperto de mão
- Abraços
- Beijos
- Compartilhamento de talheres, copos, canecas.
- Através de alimentos
- Através de agua
- Através de picada de insetos.
Como é feito o diagnóstico da Hepatite B?
O diagnóstico da Hepatite B (aguda ou crônica) é simples e é feito por meio de exames de sangue que detectam a presença de antígenos e anticorpos específicos. Os principais exames incluem:
- HBsAg (antígeno de superfície do vírus): Este é o marcador primário da infecção pelo vírus da Hepatite B. Sua presença indica infecção ativa.
- Anti-HBs (anticorpos contra o HBsAg): A presença desses anticorpos indica que a pessoa foi vacinada ou que eliminou o vírus após uma infecção.
- Anti-HBc (anticorpos contra o antígeno core): Esse exame ajuda a identificar se a infecção é recente ou antiga.
Apesar dos exames serem feitos de maneira bem rápida e simples, a interpretação dos exames requer a avaliação de um especialista.
Quais os principais exames de acompanhamento da Hepatite B?
Pacientes com Hepatite B crônica precisam de acompanhamento regular para monitorar a saúde do fígado e a atividade do vírus no corpo. Os exames mais comuns incluem:
- Exames de função hepática:
Indicam a saúde do fígado e se há inflamação ou dano. Incluem a dosagem de enzimas hepáticas como aspartato aminotransferase (TGO) e alanina aminotransferase (TGP), enzimas canaliculares como Gama-GT e Fosfatase Alcalina, exames de coagulação com TP e TTPA, além de bilirrubinas total e frações e proteínas total e frações.
2. Carga viral (HBV-DNA):
Mede a quantidade de vírus no sangue e ajuda a monitorar a resposta ao tratamento.
- Ultrassonografia de abdome:
Para acompanhar o grau de cicatrização no fígado (fibrose).
Como é o tratamento da Hepatite B?
É muito importante saber que um número muito pequeno dos casos tem cura definitiva da Hepatite B.
Os tratamentos são instituídos para controlar a multiplicação do vírus e reduzir chances de complicações, como danos graves ao fígado.
São feitos com medicamentos antivirais, comprimido via oral, de uso diário e seu uso pode durar toda a vida.
4 pontos fundamentais para o sucesso do tratamento da Hepatite B
- Vacinação preventiva: A vacina contra Hepatite B é extremamente eficaz e segura, protegendo a pessoa de futuras infecções.
- Diagnóstico precoce: Descobrir a doença em fases iniciais aumenta significativamente as chances de evitar complicações graves.
- Acompanhamento médico regular: O seguimento contínuo permite ajustar o tratamento conforme a necessidade e prevenir a progressão para cirrose ou câncer de fígado.
- Cessar o uso de bebida alcóolica: O álcool, em qualquer quantidade, pode acelerar o dano hepático
Vacinação: a forma de prevenção mais importante!
A vacinação que foi desenvolvida nos anos 80 é a maneira mais eficaz de prevenir a Hepatite B.
No Brasil ela está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é recomendada para todas as faixas etárias.
A vacina é especialmente importante para recém-nascidos, que têm maior risco de desenvolver a forma crônica da doença caso sejam infectados.
No calendário básico de vacinação está presente. As doses são: Ao nascer, com 2 meses e com 6 meses (num total de 3 doses).
Leia também:
Hepatite C: A infecção silenciosa.
PrEP: novo jeito de se prevenir!